A Justiça decidiu adiar a segunda audiência de instrução do caso envolvendo desvios milionários na Apae de Bauru, que estava agendada para o dia 24 de outubro. O juiz Jair Antonio Pena Júnior, da 1ª Vara Criminal de Bauru, anunciou a decisão no dia 23, justificando que as partes precisam ter acesso completo aos documentos do processo.
O adiamento foi necessário porque os materiais solicitados na audiência anterior, realizada em 18 de outubro, não foram disponibilizados a tempo. Além disso, o juiz retirou o sigilo do caso, afirmando que as investigações em andamento pela Polícia Civil não prejudicarão a defesa dos 13 réus, já que eles serão julgados apenas pelos fatos já denunciados.
A primeira audiência ocorreu em 17 de outubro no Fórum de Bauru, onde testemunhas da acusação foram ouvidas. O delegado Glaucio Stocco, que lidera as investigações, não compareceu devido a problemas de saúde. Outras testemunhas, incluindo o delegado Cledson Nascimento e uma funcionária de uma empresa de limpeza, prestaram depoimentos sobre o caso.
O processo investiga o desvio de aproximadamente R$ 7 milhões da Apae, com o Ministério Público buscando a condenação dos envolvidos por peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A ação também requer que os réus paguem R$ 10 milhões à entidade como reparação. Nove acusados foram presos preventivamente, mas liberados em 2024.
Roberto Franceschetti, ex-presidente da Apae, está envolvido no esquema e já foi condenado por homicídio qualificado. Ele teria superfaturado notas fiscais relacionadas a serviços prestados à entidade, com contratos que chegaram a R$ 20 mil mensais em 2024. Parte dos valores retornava a ele, segundo as investigações.

